O começo... (quarentena parte 2)
O meu primeiro sentimento é a revolta, revolta porque tenho que fechar, revolta porque o meu corpo me pede descanso e eu preciso de trabalhar.. e um queixume.. "quem se lixa é o pequeno", "e o pessoal fartou-se de fazer festas agora quem se lixa sou eu", enfim..
A minha sorte, a minha benção, é que eu acredito em algo maior, então começam outras questões, lembro-me que tenho estado a suster a respiração e inspiro, lentamente, l-e-n-t-a-m-e-t-e, ouço-me o meu corpo e com isso puxo-me para cá, para longe dos medos que tenho do que ainda nem aconteceu, eu sei que só me posso salvar AGORA, ao não me deixar ir.
Procuro questionar algo que só se sente, certezas ninguém nos dá, é que só questões abertas poderão trazer-me as respostas que tanto quero.
Os movimentos da alma são lentos e eu vou ter tanto tempo, cabe-me a mim arranjar espaço para os ouvir e não me encher de tarefas ou deixar cair a inércia.
Lembro-me da minha avó, dos ditados populares.
Eu não sou uma vítima, vim a esta escola da vida para trabalhar a minha essência e há uma guerra interna porque ela sente que não a escuto e eu sinto que estou só...
Bem-dito conhecimento que me salvas, vou só ali respirar, acalmar-me e questionar o que é esperado de mim AGORA!
PS- o truque é não responder! É procurar sentir um pouco de paz e lembrar de algo para fazer que nos deixe bem. A vida faz o resto da magia.